Mais de 40 mil romeiros caminham até Aparecida em 2025: fé, superação e emoção na estrada da devoção
- primeiraimpressaor
- há 4 dias
- 3 min de leitura
O número de participantes superou as expectativas, e o movimento foi considerado o maior dos últimos cinco anos.

A cada mês de outubro, o Brasil testemunha um dos maiores movimentos de fé do país. Este ano, mais de 40 mil romeiros percorreram, a pé, as estradas que levam à Basílica Nacional de Aparecida, no Vale do Paraíba. A peregrinação, que mistura promessa, gratidão e resistência, se consolida como um fenômeno crescente, atraindo fiéis de todas as idades e regiões do país.
Segundo a concessionária RioSP, responsável pela Via Dutra, a rota que liga São Paulo ao Santuário recebe milhares de peregrinos durante a semana da Padroeira do Brasil, entre os dias 6 e 12 de outubro. Somente neste período, 36 mil pessoas foram atendidas nas tendas de apoio do programa “Romaria Segura”, que oferece água, banheiros, coletes refletivos e assistência médica básica.
O número de participantes superou as expectativas, e o movimento foi considerado o maior dos últimos cinco anos. O governo federal e a concessionária já estudam a construção de uma passarela exclusiva de 134 km ao longo da Dutra, voltada para peregrinos a pé e ciclistas, garantindo mais segurança para quem faz a travessia.

“Quando não aguentava mais, minha Mãe me trouxe no colo”
Entre os milhares de devotos que caminharam rumo à “Casa da Mãe” neste 2025 está os advogados Manoel Assunção, acompanhado de sua esposa Zilda, ambos de Caieiras. Eles integraram o grupo “Com Fé Chegaremos”, formado por mais de 100 pessoas que percorreram trechos do Caminho da Fé, enfrentando sol, dores e noites mal dormidas — mas também compartilhando sorrisos, orações e histórias comoventes.
“Durante muitos anos eu via pela televisão e não entendia como as pessoas se sujeitavam a tamanho sacrifício. Mas este ano, ao participar como apoio e acompanhar de perto, percebi que o que move essas pessoas é algo indescritível: é a fé”, contou Manoel ao Jornal Primeira Impressão.

“Vi pessoas com bolhas nos pés, dores nas costas e nos joelhos, mas que seguiam firmes, movidas por uma força que vai além do corpo. Ouvi dezenas dizerem: ‘Quando não aguentava mais, minha Mãe me trouxe no colo’. Foi uma experiência transformadora.”
O relato do casal traduz a essência dessa jornada: fé, gratidão e pertencimento espiritual. Para muitos, caminhar até Aparecida é mais do que cumprir uma promessa — é se reconectar com a própria fé e encontrar força em meio às adversidades da vida.

Entre promessas e superação
O percurso até Aparecida pode ultrapassar 300 km, dependendo da rota escolhida.Os romeiros enfrentam o calor do asfalto, subidas íngremes e longos trechos sem sombra. Mesmo assim, o número de participantes cresce a cada ano, impulsionado por histórias de milagres e agradecimentos por curas e conquistas.
Muitos grupos são formados por famílias inteiras, amigos ou comunidades religiosas. Outros, por pessoas que caminham sozinhas, mas encontram companhia e acolhimento a cada passo. O que os une é a devoção à Padroeira do Brasil, cuja imagem, encontrada em 1717 no Rio Paraíba do Sul, segue sendo símbolo de fé e esperança para milhões de brasileiros.
A fé que move o Brasil
A chegada à Basílica Nacional de Aparecida é o momento mais esperado.Quando os romeiros avistam a cúpula azul e a imagem da Santa, muitos se ajoelham, choram, cantam e agradecem. A emoção coletiva transforma o cansaço em gratidão e o sacrifício em bênção.
“Mesmo com o corpo cansado, a alma sai renovada”, resume Manoel.
“Não se pode duvidar da fé do povo. Essa fé se manifesta de muitas formas — e caminhar centenas de quilômetros é uma das mais puras demonstrações de amor e entrega.”
Comentários