Quem coagiu Maicol a assumir sozinho o assassinato de Vitória?
- primeiraimpressaor
- 10 de out.
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Deputado estadual Rafa Zimbaldi solicita ao governador Tarcísio de Freitas que o inquérito seja transferido de Cajamar para o DHPP. Defesa do acusado fala em coação e laudo revela DNA de terceira pessoa, reabrindo dúvidas sobre a autoria do crime.

A morte da jovem Vitória Regina, de 17 anos, voltou a ganhar destaque no cenário policial e político paulista. O caso, que chocou Cajamar no início do ano, volta agora ao centro das atenções após o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania-SP) solicitar ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que o inquérito seja transferido da Delegacia de Cajamar para o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), em São Paulo.
Um inquérito cercado de dúvidas
A investigação inicial apontou Maicol Antonio Sales dos Santos como autor confesso do assassinato de Vitória.Porém, a defesa afirma que a confissão foi obtida sob coação, e que o acusado teria sido pressionado e ameaçado para assumir o crime.
Em carta manuscrita anexada ao processo, Maicol afirma ter sido vítima de violência psicológica e promessas indevidas durante o interrogatório.Segundo ele, policiais teriam oferecido benefícios à sua família, como aposentadoria para a mãe e auxílio-aluguel, em troca da confissão.
“Recebi a visita de autoridades com diversas ameaças contra mim e meus familiares. Disseram que, se eu não confessasse, colocariam outras pessoas para repetir o que eles queriam”, escreveu o suspeito no documento.

O DNA que muda o rumo da história
Além da carta, outro ponto levanta dúvidas sobre o desfecho do caso: laudos periciais indicam a presença de material genético de uma terceira pessoa na cena do crime.O DNA, de perfil masculino, não foi identificado — e a defesa questiona por que a investigação não avançou nessa linha.
Essas inconsistências reforçam o argumento do deputado Zimbaldi de que o caso deve ser reexaminado por uma equipe independente e especializada do DHPP.
“O objetivo é garantir que a verdade prevaleça. Não podemos aceitar um inquérito cercado de suspeitas e dúvidas sem a devida apuração”, afirmou o parlamentar em ofício encaminhado ao governo estadual e à Secretaria de Segurança Pública.
Política e pressão
Fontes próximas ao deputado afirmam que há indícios de influência política regional no caso, e que isso pode ter interferido nas investigações conduzidas em Cajamar.A transferência para o DHPP, segundo Zimbaldi, “é necessária para assegurar isenção total”.
A repercussão do pedido reacendeu a discussão sobre erros investigativos e pressões externas em casos de grande comoção pública.Enquanto o governo estadual ainda não se manifesta oficialmente, a sociedade começa a fazer a pergunta que ecoa nas redes e nas ruas: “Se Maicol não matou Vitória... quem o fez — e quem o fez confessar?”

O silêncio das autoridades
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) e a Delegacia de Cajamar não haviam se pronunciado sobre o pedido de reabertura. O caso permanece sob análise judicial, e o acusado segue preso enquanto aguarda decisão sobre o novo encaminhamento do processo.
Todas as informações aqui apresentadas se baseiam em documentos oficiais, declarações da defesa e pedidos formais encaminhados ao governo estadual. A reportagem segue acompanhando o caso e manterá atualizações conforme novas manifestações das autoridades envolvidas.
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