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Verticalização em Caieiras avança e levanta questionamentos sobre interesses e impactos

Nos últimos anos, a paisagem do Centro de Caieiras começou a mudar de maneira acelerada. Prédios de vários andares agora surgem onde antes havia apenas casas térreas.

a infraestrutura da cidade está acompanhando esse crescimento?
a infraestrutura da cidade está acompanhando esse crescimento?

A verticalização da cidade, que parecia um plano para o futuro, chegou e chegou com pressa. Mas por trás dos novos empreendimentos, uma pergunta começa a ecoar entre moradores e curiosos em geral: Quem está lucrando com esse novo modelo de cidade?

A mudança teve início em 2012, quando a Prefeitura e a Câmara Municipal aprovaram a revisão do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento. A partir daí, o que era proibido passou a ser não apenas permitido, mas incentivado. Prédios altos, com uso misto (residencial e comercial), começaram a aparecer no papel e rapidamente, no chão.


Uma cidade nas mãos de uma só incorporadora?


O que chama atenção, e precisa ser olhado com cuidado é o fato de que uma única empresa concentra atualmente cinco empreendimentos imobiliários apenas na região central da cidade, dois já entregues e três em construção, e um em projeto nas proximidades do novo Pronto Socorro Municipal. São torres que vão de alto padrão a projetos de complexos comerciais, todas elas com autorização para ocupar verticalmente um território que, até pouco tempo, era predominantemente horizontal.

Essa concentração de projetos por parte de uma só incorporadora em uma cidade do porte de Caieiras, levanta sérios questionamentos:


  • Houve algum tipo de favorecimento político ou técnico?

  • Existe transparência nos processos de aprovação?

  • Foram feitos estudos de impacto viário, ambiental e social?

  • A cidade está preparada para absorver tamanha densidade populacional no Centro?


São perguntas que exigem respostas claras, além da atenção de autoridades, da própria sociedade civil e até mesmo do Ministério Público.


Prédios sobem, mas a estrutura acompanha?


Além da possível concentração de interesses, há outra questão central: a infraestrutura da cidade está acompanhando esse crescimento? A verticalização pressiona o trânsito, o saneamento básico, a mobilidade, os equipamentos de saúde e educação. O Centro, que já sofre com congestionamentos e limitações logísticas, pode virar um gargalo urbano caso não haja planejamento sério e transparente.

Mesmo com a modernização dos empreendimentos, que trazem fachadas elegantes, áreas de lazer e comodidades, o entorno ainda é o mesmo: ruas estreitas, linhas de ônibus sobrecarregadas, ausência de vagas de estacionamento e escassez de áreas verdes.


É papel do poder público garantir que o desenvolvimento urbano seja feito com responsabilidade. Isso inclui discutir com a população, divulgar os pareceres técnicos dos projetos, exigir contrapartidas das incorporadoras e fiscalizar o cumprimento das leis. Quando a cidade cresce sem critério, quem paga a conta é sempre o morador comum.

A verticalização não precisa ser, necessariamente, um problema. Cidades bem planejadas e adensadas podem ser mais sustentáveis e eficientes. Mas em Caieiras, tudo indica que o modelo adotado até aqui tem servido muito mais a interesses específicos do que ao bem coletivo, além de afugentar os moradores do centro, que sempre preservaram a sua privacidade e que agora com os tais arranha-céus, temem pela mesma.


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