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Tudo menos Religião!

Como “Pastores” podem estar influenciando negativamente sua visão política


Por Redação JPI


Os recentes áudios e mensagens revelados pela Polícia Federal colocaram o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no centro de um escândalo envolvendo a família do ex-presidente Jair Bolsonaro. O caso reacende um debate essencial: até que ponto líderes religiosos podem e devem usar sua influência espiritual para moldar a opinião política de seus seguidores?


Os recentes áudios e mensagens revelados pela Polícia Federal colocaram o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no centro de um escândalo envolvendo a família do ex-presidente Jair Bolsonaro
Aliado de Jair Bolsonaro desde 2018, atuou como apoiador ativo nas campanhas presidenciais e, segundo revelações recentes, teria participado de articulações estratégicas em defesa da família Bolsonaro

Malafaia é um dos pastores mais conhecidos do país e sua trajetória ajuda a entender a dimensão desse problema. À frente de sua denominação desde 2010, ele construiu uma base sólida de seguidores dentro e fora da igreja. Seu programa televisivo “Vitória em Cristo” está no ar há mais de três décadas, transmitido por redes como CNT, RedeTV! e Band, com alcance nacional e internacional. Além disso, acumula milhões de seguidores nas redes sociais: mais de dois milhões no Instagram, cerca de 700 mil inscritos no YouTube e mais de 1,3 milhão no Twitter, somando mais de cinco milhões de pessoas acompanhando diariamente suas falas e opiniões. Essa presença massiva o transforma em uma das vozes mais poderosas entre os evangélicos conservadores brasileiros.


Não é de hoje que Silas Malafaia se envolve diretamente na política. Aliado de Jair Bolsonaro desde 2018, atuou como apoiador ativo nas campanhas presidenciais e, segundo revelações recentes, teria participado de articulações estratégicas em defesa da família Bolsonaro. Em mensagens analisadas pela PF, o pastor aparece como interlocutor de peso, recebendo áudios e discutindo temas de interesse político. O que chama a atenção é que essa atuação vai muito além da fé.

O púlpito, espaço que deveria ser dedicado à pregação religiosa, tem se tornado palco para discursos políticos. Pastores como Malafaia, valendo-se da confiança e da autoridade espiritual que possuem sobre os fiéis, passaram a usar a religião como instrumento de poder, praticando o que muitos classificam como uma verdadeira lavagem cerebral. Milhares de pessoas, movidas pela fé, acreditam cegamente em suas palavras, sem refletir sobre os interesses políticos e ideológicos escondidos por trás delas.


Os recentes áudios e mensagens revelados pela Polícia Federal colocaram o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no centro de um escândalo envolvendo a família do ex-presidente Jair Bolsonaro
 Apesar de se declarar “homem de Deus”, suas ações revelam uma prática voltada para moldar a opinião pública em favor de Bolsonaro.

No caso de Malafaia, a contradição é clara. Apesar de se declarar “homem de Deus”, suas ações revelam uma prática voltada para moldar a opinião pública em favor de Bolsonaro. Em vez de liderar espiritualmente, ele age como cabo eleitoral de luxo, influenciando diretamente o pensamento político de seus seguidores.


Esse fenômeno é perigoso. Quando a fé é instrumentalizada para atender a interesses políticos, a democracia corre riscos. A sociedade passa a ser conduzida não por convicções individuais ou por um debate saudável de ideias, mas pela palavra de líderes que utilizam a religião para legitimar um projeto de poder.


O alerta é simples e necessário: cuidado com falsos homens de Deus que se valem da fé para fazer política. Religião e política não devem se misturar nesse nível de manipulação. A democracia precisa de cidadãos conscientes, capazes de pensar por si mesmos, e não de fiéis manipulados por discursos travestidos de espiritualidade.


Os recentes áudios e mensagens revelados pela Polícia Federal colocaram o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no centro de um escândalo envolvendo a família do ex-presidente Jair Bolsonaro
Se as apurações avançarem, não será surpresa vê-lo dividir carceragem com o próprio Jair Bolsonaro, o homem a quem jurou fidelidade política.

Silas Malafaia não é apenas um pastor. É um influenciador político com milhões de seguidores, forte presença na mídia e poder de articulação nas esferas mais altas da política nacional. Mas agora, com as investigações em curso e seu nome envolvido em escândalos graves, sua postura pode desencadear um novo cenário.

Já indiciado, Malafaia corre o risco de trocar o púlpito e as câmeras de televisão pela cela de uma penitenciária. Se as apurações avançarem, não será surpresa vê-lo dividir carceragem com o próprio Jair Bolsonaro, o homem a quem jurou fidelidade política.

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