Em meio a falhas e problemas na circulação, TIC Trens assume integralmente a Linha 7-Rubi
- primeiraimpressaor
- 26 de nov.
- 2 min de leitura
A quarta-feira marcou uma mudança histórica e controversa para os usuários da Linha 7-Rubi. Em meio a relatos constantes de falhas, atrasos, problemas de circulação e uma sensação crescente de instabilidade nos últimos meses, a operação da linha deixou oficialmente a CPTM e passou a ser conduzida pela concessionária TIC Trens.

A transição, anunciada como parte do programa que prepara o Trem Intercidades (TIC Eixo Norte), ocorre justamente em um momento em que passageiros enfrentam lotação, composições reduzidas e interrupções frequentes, aumentando a pressão sobre a nova operadora para apresentar resultados imediatos.
A Linha 7, que conecta a Barra Funda a Jundiaí e atende diretamente milhares de trabalhadores e estudantes da região metropolitana, acumulou episódios sucessivos de falhas elétricas, trens recolhidos e lentidão generalizada ao longo dos últimos meses. A eliminação do serviço 710 que integrava as linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, facilitando a vida de quem se deslocava entre o ABC e a região noroeste foi vista como um retrocesso, pois quebrou a praticidade do trajeto direto e obrigou muitos passageiros a realizar baldeações adicionais. A situação desgastou ainda mais a imagem da CPTM e acendeu o sinal vermelho entre os usuários, que agora observam a transição para a TIC Trens com desconfiança e cansaço acumulado.
A nova operadora promete modernização, intervalos menores, reforma de estações, revisão completa de sistemas e preparação da infraestrutura para o futuro trem entre São Paulo e Campinas. Os investimentos anunciados são altos e, no papel, apontam para ganhos de médio e longo prazo. Porém, o desafio imediato é gigantesco. Mudanças operacionais em sistemas ferroviários costumam gerar ajustes sensíveis, e qualquer instabilidade adicional terá impacto imediato em uma linha já fragilizada e sobrecarregada. Experiências recentes com outras concessões no transporte paulista, que enfrentaram longas sequências de falhas, servem de alerta. A TIC Trens afirma que adotará uma transição “cuidadosa e gradual” para evitar repetir os erros cometidos por outras empresas privadas.
O governo estadual reforça que a concessão permitirá investimentos impossíveis dentro do modelo estatal tradicional. Ainda assim, enquanto todos os discursos tentam demonstrar confiança, o passageiro quer apenas uma coisa: chegar ao trabalho no horário, com segurança e sem o medo constante de que o trem pare no meio do trajeto.

A mudança de gestão, portanto, começa cercada de expectativas e apreensão. O discurso é de avanço, mas o momento exige vigilância. Com a linha tomada por falhas recentes e com o histórico de dificuldades da malha ferroviária paulista, a TIC Trens assume uma responsabilidade que vai muito além da modernização técnica: ela precisa devolver a credibilidade ao sistema e provar, na prática, que o transporte sobre trilhos pode funcionar de forma estável, eficiente e previsível. Até lá, os passageiros observam, esperam e cobram.








.png)
Comentários