Fraude no INSS: Investigações colocam Sindicatos e Associações no centro dos descontos ilegais
- primeiraimpressaor
- 8 de mai.
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Mais de 4 milhões de aposentados podem ter sido vítimas de descontos ilegais em seus benefícios. Esquema bilionário envolve sindicatos, associações e falhas graves de fiscalização.

Milhões de aposentados e pensionistas foram surpreendidos por descontos indevidos em seus benefícios. Agora, as investigações apontam o envolvimento direto de sindicatos e associações no escândalo que já é considerado um dos maiores da história da Previdência Social.
Desde 2016, entidades como sindicatos e associações firmaram Acordos de Cooperação Técnica com o INSS, o que lhes permitiu aplicar descontos diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas. A justificativa era a prestação de serviços como assistência jurídica ou convênios de saúde. No entanto, as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF) revelaram que, em muitos casos, esses descontos foram realizados sem qualquer autorização dos beneficiários. De acordo com a CGU, apenas 29% dos registros analisados tinham documentação que comprovava o consentimento dos segurados.
O restante foi classificado como irregular. Estima-se que mais de 4,1 milhões de beneficiários tenham sido lesados, resultando em um prejuízo que pode ultrapassar R$ 60 bilhões de reais — valores que foram desviados ao longo dos anos por meio de cobranças abusivas, silenciosas e persistentes. A operação “Sem Desconto”, deflagrada em abril de 2025, escancarou o envolvimento de 12 entidades, entre elas o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB).

Uma das entidades investigadas apresentou crescimento expressivo em sua base de filiados e volume arrecadado entre 2021 e 2023 — um indicativo forte de que o esquema vinha sendo expandido nos bastidores. Diante da gravidade da situação, o Governo Federal suspendeu todos os acordos com entidades que permitiam descontos automáticos, visando estancar o problema e proteger os segurados. O Ministério da Previdência também busca meios legais para obrigar as associações e sindicatos a devolverem os valores cobrados indevidamente. O escândalo provocou forte repercussão política. O então ministro da Previdência, Carlos Lupi, foi exonerado do cargo após ser duramente criticado por não ter tomado providências, mesmo após alertas sobre os indícios de irregularidades. Enquanto o governo estuda formas de ressarcir os lesados, novos golpes surgiram explorando a situação. Criminosos têm se passado por servidores do INSS, prometendo reembolso via PIX ou solicitando dados bancários para liberar supostos atrasados. A recomendação é clara: o INSS não faz contato direto pedindo dados pessoais ou pagamentos antecipados.
Como se proteger
Verifique regularmente seu extrato de pagamento no portal Meu INSS ou pelo telefone 135.
Desconfie de qualquer contato pedindo dados bancários ou solicitando pagamentos em nome do INSS.
Não clique em links suspeitos que circulam em redes sociais com promessas de reembolso.
Denuncie qualquer irregularidade ao INSS e registre Boletim de Ocorrência, se necessário. Para mais informações, acesse: www.gov.br/inss](https://www.gov.br/inss
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