A influência de Ozzy no cenário roqueiro caieirense
- primeiraimpressaor
- 22 de jul.
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A terça-feira, 22 de julho de 2025, entrou para a história como um dia de luto para o mundo da música. Faleceu aos 76 anos o lendário Ozzy Osbourne, vocalista do Black Sabbath e um dos maiores ícones do heavy metal mundial.
Diagnosticado com Parkinson há alguns anos, Ozzy deixou os palcos no início deste mês, com um show de despedida épico em Birmingham, cidade onde tudo começou. Mas o eco da sua voz, da sua atitude e da sua música foi muito além da Inglaterra, chegou até Caieiras e moldou o cenário do rock local por gerações.
Ozzy vive nas guitarras de Caieiras
Quem frequenta eventos de rock em Caieiras sabe: é quase impossível assistir a um show de qualquer banda, seja autoral ou cover sem ouvir pelo menos um riff ou algum vocal, inspirado no Black Sabbath. Ozzy, com sua presença marcante influenciou desde os garotos que aprenderam a tocar guitarra na garagem até veteranos que ainda hoje se apresentam em festivais da região.
“Meu primeiro contato com o heavy metal foi ouvindo Deep Purple, Led Zeppelin, e conheci o Ozzy e o Black Sabbath na casa de um amigo chamado Márcio, o cara era o Tony Iommi de Franco da Rocha. Isso aconteceu mais ou menos em 1997 e mudou minha vida”, conta Tequila, vocalista da banda caieirense Cuervo Society, que inclusive se apresentou em um evento beneficente em Caieiras no último final de semana.
Tequila também compartilhou um fato curioso que aconteceu durante esse show:
“Íamos abrir a apresentação com a música War Pigs, do Black Sabbath, mas não sei o que aconteceu. Tentamos começar o show umas três vezes, e assim, estava tudo checado, mas nada funcionava. Tivemos que trocar o amplificador pra conseguir começar. Parecia um prelúdio do que estava por vir.”
Com vocais potentes e presença de palco marcante, Tequila está à frente da Cuervo Society desde 2013, mantendo viva a chama do metal em Caieiras e região.
Tequila fez questão de informar que no Festival de Inverno de Paranapiacaba que contará com a apresentação da banda Cuervo Society no dia 26 de julho, trazendo um tributo especial a Ozzy Osbourne. No repertório, clássicos inesquecíveis como "War Pigs", "Mr. Crowley" e "Children of the Grave", além de outros sucessos que marcaram a história do heavy metal.
Cenário roqueiro resiste
Caieiras, sempre teve um cenário underground forte e resistente. Nos anos 90 e 2000, a cidade foi palco de festivais como o Caieiras Rock Fest, Rock na Praça e mais recentemente o Tributo a Legião, que escalou roqueiros de todas as idades, além de eventos em bares alternativos como Val Halla, reconhecido por abrir espaço para bandas autorais e covers, muitas delas inclusive influenciadas por Ozzy.
André “Playbass”, integrante da banda OverdOzzy, que se apresenta fazendo cover do Black Sabbatt, relembrou como teve acesso a Ozzy.
“Conheci Ozzy e o Black Sabbath ainda na adolescência, numa época em que eu já era apaixonado por rock e heavy metal. Ouvir aquelas músicas foi algo que me marcou profundamente, e desde então, eles nunca mais saíram da minha playlist. Com o tempo, comecei a tocar guitarra e depois contrabaixo, passei por várias bandas até entrar para a OverdOzzy. Depois de algumas conversas, decidimos focar no repertório do Black Sabbath e do Ozzy e deu muito certo”, finalizou.
Trajetória e vida
John Michael Osbourne, o Ozzy, nasceu em Birmingham, Inglaterra, em 1948. Ganhou fama mundial nos anos 70 como vocalista do Black Sabbath, banda considerada precursora do heavy metal. Com o tempo, seguiu carreira solo, lançou hits marcantes e se tornou uma lenda viva do rock. Foi também o protagonista do reality show The Osbournes, que apresentou seu lado familiar e excêntrico ao público.
Mesmo com problemas de saúde e polêmicas ao longo da carreira, sua importância cultural nunca deixou de crescer. Ozzy recebeu inúmeros prêmios, incluindo Grammys, e foi introduzido ao Rock and Roll Hall of Fame.
Em Caieiras, assim como no resto do mundo, inúmeros jovens continuarão montando bandas, aprendendo a tocar bateria com Symptom of the Universe, imitando os agudos de Bark at the Moon e vestindo camisetas do Black Sabbath como se fossem armaduras.
A morte de Ozzy não apaga sua influência, pelo contrário, eterniza ainda mais seu impacto.
E para cada fã que apertar o play, subir no palco ou simplesmente fechar os olhos ouvindo uma de suas canções, ficará sempre a sensação de que, de algum lugar, o Madman ainda sussurra: Mama, I’m Coming Home.
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