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Prefeito alvo de atentado pode ter forjado o próprio crime, aponta investigação

Autoridades revelam que a tentativa de assassinato de um prefeito da Grande São Paulo pode ter sido uma farsa arquitetada para influenciar as eleições municipais.


 O carro blindado do prefeito, atingido por pelo menos seis disparos, tornou-se peça-chave na investigação que aponta para uma possível farsa do atentado.
O carro blindado do prefeito, atingido por pelo menos seis disparos, tornou-se peça-chave na investigação que aponta para uma possível farsa do atentado.

A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo concluíram que a tentativa de homicídio contra o prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio da Silva, em outubro de 2024, foi forjada. O suposto atentado, que gerou grande comoção na época, teria sido planejado para beneficiar o político nas eleições municipais.


Na noite de 18 de outubro, Aprígio estava em um carro blindado quando o veículo foi alvejado por pelo menos seis disparos. Um dos tiros atingiu o ombro esquerdo do prefeito, que foi hospitalizado e divulgou um vídeo nas redes sociais exibindo o ferimento, o que provocou forte mobilização popular e repercussão política. O episódio ocorreu a poucos dias do segundo turno da eleição, no qual Aprígio enfrentava o candidato Engenheiro Daniel.


Após meses de investigação, as autoridades descobriram inconsistências nos depoimentos e nas provas periciais. As análises balísticas indicaram que os disparos foram feitos de maneira controlada e sem a intenção real de assassinar o prefeito. Além disso, interceptações telefônicas revelaram conversas suspeitas entre aliados políticos de Aprígio e os supostos atiradores, sugerindo que o ataque foi encenado para criar um cenário de comoção e favorecer sua candidatura.


    Prefeito internado depois de sofrer atentado.
Prefeito internado depois de sofrer atentado.

Um dos envolvidos, que foi preso, confessou a participação na farsa e afirmou que recebeu dinheiro para simular o atentado. Outros suspeitos ainda estão foragidos, e as investigações continuam para apurar a participação de membros do alto escalão da prefeitura no plano.


A reconstituição do atentado realizada pela Polícia Civil reforçou as suspeitas de que a cena do crime foi montada. Mandados de prisão e busca foram cumpridos em endereços ligados ao prefeito e a integrantes de sua equipe de campanha.


O caso levanta questionamentos sobre os limites das estratégias eleitorais e as consequências jurídicas para os envolvidos. Se for comprovado que Aprígio teve participação ativa na simulação do crime, ele poderá responder por crimes como fraude processual, associação criminosa e falsa comunicação de crime, o que pode resultar em sua cassação e até prisão.

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